Um famoso benzedor no triângulo mineiro
Teve uma rixa danada com um rico fazendeiro
O ricaço então falava, tenha pena, tenha dó
Quem pratica a mandinga sempre vive na pior
Falava não tenho medo de macumba e nem feitiço
Essas coisas pega em pobre, mas nunca pega no rico.
Uma doença esquisita pegou a sua boiada
Gastou todo o seu dinheiro e a doença não curava
Sua esposa muito aflita pro fazendeiro falou
Jogue fora seu orgulho que de nada adiantou
Isso é macumba da braba vamos pro pé na estrada
Antes de ficar sem nada vamos lá no benzedor.
O benzedor já sabia o que estava acontecendo
Falava hoje recebo o que estão me devendo
Logo bateram na porta o fazendeiro falou
Vai benzer minha fazenda eu lhe peço por favor.
A fazenda não tem nada, nem as vacas nem bezerro
O mal esta em sua esposa, vou benzer ela primeiro.
Entraram num quarto escuro iluminado a luz de vela
Benzedor pediu licença e foi tirando a roupa dela
A senhora me desculpa, não é falta de respeito
O mal fica até na roupa, precisa ser desse jeito
Vendo aquele corpo lindo a sua disposição
Deu inicio ao trabalho e começou a benzeção.
Passou a mão no pé pra curar o boi Thomé
Passou a mão na canela pra curar a vaca amarela
Passou a mão no joelho pra curar o boi vermelho
Passou a mão na coxa pra curar a vaca mocha.
Passou a mão na virilha é pra curar a novilha
O fazendeiro atrás da porta foi gritando de repente
Pode parar por ai seu benzedor indecente
A vaca preta e boi zebu não põe a mão que não tão doente.